Dia mundial de combate à meningite

O que deve ser feito para prevenir a doença?

O dia 24 de Abril é a data escolhida para ressaltar a importância sobre o combate à meningite. Segundo o Ministério da Saúde, a doença já registrou mais de 24 mil casos nos últimos 13 anos. A meningite é considerada um grave problema de saúde pública, tendo em vista o seu alto poder de transmissão, patogenicidade e relevância social. Não é à toa que a cada dez casos da doença no mundo, uma pessoa morre e duas ficam com sequelas. 

Mas afinal, o que é a meningite? 

A meningite é uma infecção provocada por vírus ou bactéria, que, ao ultrapassarem as defesas do corpo humano, atacam as membranas responsáveis pela proteção do encéfalo, da medula espinhal e do sistema nervoso central. Essa inflamação das meninges é, portanto, a principal característica da meningite, resultando em sintomas que podem ser semelhantes aos de uma gripe comum ou em quadros mais severos.

Tipos de meningites

O tipo de meningite é classificado de acordo com o agente infeccioso causador da inflamação, os tipos mais comuns são: 

-Meningite Viral:

Esse tipo de meningite pode ser  causada por diversos tipos de vírus e costuma ser mais frequente no verão. Além disso, no caso da meningite herpética, o vírus é capaz de provocar inflamação em várias regiões do cérebro, sendo esta condição chamada de meningoencefalite.

-Meningite Bacteriana:

A meningite bacteriana é o tipo mais grave da doença e corresponde à inflamação das meninges causada por bactéria. A meningite bacteriana causada pela bactéria Neisseria meningitidis é denominada meningite meningocócica e, apesar de rara, acontece com mais frequência em crianças e idosos, principalmente quando há condições que diminuem o sistema imunológico.

-Meningite Fúngica:

A meningite fúngica é mais comum de acontecer em pessoas com o sistema imunológico mais comprometido devido à idade ou doença crônica, sendo frequentemente associada com o fungo Cryptococcus sp. e Coccidioides sp. Em alguns casos, pode também ser consequência de infecção por Candida sp. ou Aspergillus sp.

Você sabe quais são os principais sintomas da meningite? 

A intensidade dos sintomas pode variar de acordo com a causa da inflamação, mas de forma geral, os principais sintomas indicativos da meningite são: 

Febre

Rigidez na nuca

Dor de cabeça

Mal-estar

Náusea e vômito

Confusão mental

Sensibilidade à luz

Dores intensas ou dores nos músculos, articulações, peito ou barriga

Manchas vermelhas na pele, parecidas com picadas

Respiração rápida

Calafrios

Em crianças e bebês, podem ainda surgir outros sintomas como choro alto, irritabilidade, dificuldade para movimentar a cabeça e até moleira mais tensa, aparentando ligeiramente estar mais estufada. 

De que maneira a meningite pode ser transmitida?

A transmissão da meningite pode variar bastante, dependendo do tipo de microrganismo que está causando a inflamação. No caso da meningite viral, o risco de transmissão é muito baixo pois, embora o vírus possa passar para a outra pessoa, geralmente não causa uma meningite, mas sim outra doença, como caxumba ou sarampo, por exemplo, dependendo do tipo de vírus.

Já no caso da meningite provocada por bactérias, essa transmissão é mais fácil e pode acontecer através do compartilhamento do mesmo prato de comida ou através de gotículas de saliva, que podem passar através da tosse, espirros, beijos ou fala, por exemplo. Além disso, quando a pessoa infectada utiliza o banheiro e não lava as mãos adequadamente, também pode espalhar a bactéria.

Apesar da transmissão do agente responsável pela meningite ser fácil, em alguns casos, nem todas as pessoas que adquirem o agente infeccioso desenvolvem meningite ou outra doença, uma vez que também depende do sistema imunológico da pessoa e do fato de ter sido vacinada ou não.

Prevenção 

A maneira mais eficaz de prevenir a doença é através da imunização. O governo disponibiliza atualmente, através do PIN (Programa Nacional de Imunizações) vacinas que estão no calendário de vacinação das crianças e adolescentes. 

Alguns cuidados preventivos também podem ser tomados para evitar a doença, são eles:

Lavar as mãos constantemente e reforçar todos os hábitos de higiene

Não compartilhar talheres e alimentos com outras pessoas

Manter os ambientes limpos e ventilados

Evitar aglomerações

Higienizar constantemente os brinquedos e outras superfícies de contato

Manter o cartão de vacinação das crianças atualizado

Como é feito o diagnóstico? 

O diagnóstico da meningite é feito pelo clínico geral, neurologista ou infectologista através da avaliação dos sintomas apresentados pelo paciente. O médico também realiza um exame físico, onde é feita a mobilização do pescoço para verificar a rigidez da região e se o paciente sente dor ou desconforto, já que esse sinal é um dos principais sintomas da doença. 

Além disso, pode ser indicada a realização de exame de urina,sangue e de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, quando há suspeita de lesão cerebral ou de sequelas deixadas pela meningite. 

Como tratar a doença? 

Para dar início ao tratamento é necessário identificar antes qual o tipo de meningite. A partir de então, o médico deverá indicar o tratamento adequado para cada caso em específico. 

Para os casos de meningite bacteriana, pode ser indicado o uso de antibióticos como a Penicilina, enquanto que no caso de meningite viral pode ser recomendado o uso de antivirais, nos casos mais graves. 

Já no caso de meningite fúngica, pode ser indicado o uso de antimicrobianos (antibióticos, antiparasitários ou antifúngicos) de acordo com o estado de saúde da pessoa, já que esses tipos de meningite são mais comuns em pessoas que possuem o sistema imune mais enfraquecido.

Existe algum tipo de sequela? 

Uma pessoa só desenvolve a sequela quando a meningite não é identificada no início ou ainda quando o tratamento não é realizado de acordo com a orientação médica. Ou ainda quando o sistema imunológico do paciente está bastante fragilizado. 

Geralmente, as sequelas mais comuns são:

Perda de audição e visão parcial ou total

Epilepsia

Problemas de memória e concentração

Dificuldade de aprendizagem, tanto em crianças quanto em adultos

Atraso no desenvolvimento motor, com dificuldades para andar e se equilibrar

Paralisia de um lado do corpo ou dos dois

Artrite e problemas nos ossos

Problemas nos rins

Dificuldade para dormir

Incontinência urinária

Embora as sequelas existam, não significa que todas as pessoas vão desenvolvê-las. Algumas pessoas que ficam curadas da doença podem não ter sequelas ou apenas sequelas leves.